sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Pensamento...


Você já passou alguma vez por um momento que trouxe à tona instantes de sua vida?

Pois é, isso aconteceu comigo hoje.

Voltando da Universidade, passou por mim um menino no sinal de trânsito que parecia incontestavelmente comigo, quando tinha a mesma idade que ele aparentava ter, 10 anos.

Então, lembrei de mil coisas que fiz e que também deixei de fazer porque era proibido e pecaminoso, segundo meus pais.

Lembrei:

Da “LANCHEIRA” do Sérgio Malandro (o qual eu era um fã incondicional), com biscoitos e a famosa vitamina de banana da D. Lourdes (minha mãe) que não poderia faltar na hora do recreio.

Das corridas apostadas, que eu nunca ganhava.

Dos apelidos por causa da falta de tecido adiposo no meu corpo (caveira?)

E dos amigos? Sinto saudades sim, mas não tanto quanto sinto dos de ontem (quando eu era adolescente).

Dos títulos de inteligente, que hoje sei que não eram verdadeiros.

Dos bilhetes de paquera quando ainda tinha 12 anos

E as “viagens” para o sítio? Duas bicicletas para os 4 amigos. Quem levava? Eu não podia com ninguém como sempre, mas tentava.

Das vezes que meu pai, colocava-me para dentro de casa, pois jogar na rua era coisa de “maloqueiro” (até hoje não sei o sentido real dessa palavra para ele).

Das lágrimas derramadas porque roubavam meus brinquedos e me batiam também.

Da festa na casa do vizinho, onde estaria todos os amigos, mas minha mãe não deixou ir, porque eu não deveria ser amigo dele. (Motivo? Até hoje desconheço!)

E qual idéia fixa está na minha mente hoje? Você deve está se perguntando. ???

Vou responder:

Senti a necessidade de ter alguém pra me achar de herói.

Para me chamar quando tiver na maior aventura da sua vida (desbravar o quarto escuro).

Para me seguir os passos perguntando por que não é do meu tamanho

Para cavalgar nas minhas costas e sorrir, quem sabe até gritar “Upa Upa”

Para me deixar cansado o dia inteiro, porque insistiu de ficar comigo no horário do meu descanso e eu aceitei.

Para me trazer paz, realização, tristezas e decepções (porque não? Ninguém é perfeito).

Hoje, quando vi o garoto no sinal, senti a necessidade enorme de ser...

PAI!

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