sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A notícia como meio de saber a "verdade"?

No século da informação, como é intitulado o período que vivenciamos, somos bombardeados diariamente por milhares de notícias, através de todos os meios de comunicação de massa, internet, jornal impresso, TV e tantos outros que possuem o poder de informar.

Mas, será que somos bombardeados com a verdade dos fatos, ou os meios utilizam do poder que possuem para manipular o nosso pensamento e nos impor uma opinião?

Padrões de manipulações são estilizados pelas empresas que detêm o poder de informar e boicotar as informações. Ocultar, inverter, fragmentar, são meios pelos quais empresas encontram para individualizar o fato, e por existirem na notícia, muitas vezes não explicitamente, merecem atenção e discussões. Essas empresas que são detentoras do poder midiático, classificam os fatos, e os dividem em particularidades ou aspectos, selecionando os que apresentarão ou não ao público.

A influência que a agência exerce na notícia, segue diversos fatores: influência econômico, investimento direto (onde a propriedade de um meio de comunicação determina tendenciosamente no conteúdo adaptando-se aos interesses do proprietário), investimento indireto por meio da publicidade e serviços (as empresas possuem influência nos fatos noticiados, através das pressões exercidas quanto a responsável pela veiculação da notícia) e a influência Política (conivência entre partido no poder e a mídia), exemplo no Brasil, o boicote a notícia das Diretas Já, que foi substituído por um show de mensagens comunistas. Isso deixa claro, a conivência da Rede Globo e o Partido político ditatorial.

Um número infinito de acontecimentos ocorre no mundo no momento que transcrevo esse texto, mas faço parte de bilhões de pessoas que entre tantos, conhecerão de forma ínfima alguns desses fatos, já que nem tudo pode ser noticiado, seja pelo tempo, espaço ou linha editorial, motivos justificáveis pela imprensa.

Na verdade, é injustificável a manipulação dos fatos que nos chega através de todos os meios, pois, o dever do jornalista e dos meios que nos comunica é mostrar a verdade, de forma objetiva, despertando-nos crítica sobre o assunto. A linha editorial limita o nosso conhecimento, já que o direcionamento do fato a um ponto específico limita-nos a uma visão unilateral. O nascimento de um animal raro terá mais importância do que a cura para certo tipo de câncer, dependendo dos interesses da revista.

Mas o profissional responsável pela comunicação entre fato e o público, o jornalista, são pacientes dessa conjuntura nessas corporações midiáticas. Essa questão ainda é debate ente tantos jornalistas que já foram e ainda são vítimas dessa manipulação, e que vêem os novos profissionais sendo passivos a esse fator. Através dessa monopolização da notícia, os profissionais se vêem cada vez forçados a interagir com esse mundo da “verdade” manipulada, deixando de lado a credibilidade e muitas vezes a confiança que é depositada no profissional.

Tudo que lemos, vemos e ouvimos, merece atenção e poder de crítica para podermos distinguir o que é verdade do que não é. Através de uma leitura crítica, de um entendimento maior da estrutura que é a mídia e o poder que ela exerce, abrirá espaço para diversas opiniões de informações para se chegar a um resultado final.

E nós, o que somos? Enquanto expectadores. Perto de toda essa estrutura que afeta a verdade que nos é de direito, que somos obrigados a aceitar o que nos é imposto, nos deixando exteriores ao mundo em que vivemos. Estamos fadados a saber a verdade quando estivermos diretamente ou não ligados ao fato, quando formos os atores principais do espetáculo que é a notícia.

Qual a verdade do caso Isabella? Que durante três semanas parou nosso país em frente às revistas, jornais e a TV (claro) meio com maior audiência no nosso país. O espetáculo midiático, levou ao limite suas várias formas de apresentar a notícia, que se tornaram artigos, reportagens, crônicas e não se limitará a isso, como podemos observar. Mas, e a verdade?

Passei dias sem TV (motivos não-publicáveis), mas na internet, através dos sites e orkut, tive um acompanhamento da ocorrência e opiniões gerais sobre o caso. Amigos orkutianos, possuem em seus álbuns pessoais, fotos de uma criança, que na verdade, vim descobrir depois de ver em um site de notícias, que é Isabella. Mas o que os leva a homenageá-la? Já que tantas crianças são ou já foram vítimas e não possuem um espaço maior que o funeral na rua tal e no cemitério fulano de tal. A mídia é resposta?

Ficamos perplexos com tantas posições que a imprensa toma devido aos seus interesses. E é surpreendente como a sociedade assimila e interage com essas formas.

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