sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Joao Paulo
Eu abro um espaço pra ele. Não qualquer pessoa, não mais importante, mas Ele, meu irmão, meu novo amigo, um pedaço de uma vida encontrada.
Não sou de poucas palavras e não irei ser até que meus dedos calejados parem de bater nas teclas de qualquer PC que eu encontrar neste mundo. Outra vez falei aqui: “Hoje, não tento mais resumir nada, eu digo que o bom mesmo é falar o máximo que puder de qualquer coisa, de qualquer momento e de poucas pessoas”. Pois então, está aqui uma das poucas pessoas.
Uma conversa qualquer, no meu quarto, ao som de Ed Motta (de quem sou fã) com meu irmão. Qualquer coisa definiria esse momento, para os olhos de quem o vê, um mero momento, uma supérflua conversa de irmãos. Mas, não, não foi só apenas uma conversa, a intensidade dela se deu no ambiente (meu quarto), no turno da conversa bem definida e na espera por ela, que duraram 25 anos.
Aquele lugar tão só meu passou a ser nosso, sentados no chão, como sempre sonhei que fosse um dia, com a intimidade de irmãos. Conhecemos-nos pouco, mas o bastante para dizer, remexendo nos CD’s, “você ouve coisa boa” – imaginem você esperar isso e ouvir como você realmente queria ouvir. Se estou feliz? Deixo para você depois que ler o texto definir isso.
No mesmo instante um convite, chinelos, shorts foram nossos trajes de gala, nada menos importante, não quaisquer pessoas, éramos nós e isso já bastava. Um jantar, boa conversa e lembranças. Risadas, quem poderia pensar que elas ficariam de fora? Mesmo com uma mente conturbada de pensamentos que não se definem, existe um espaço pra sorrir, não há um ser humano que não sorria de algo, de alguém ou de alguma coisa durante o dia, e eu sou humano.
Naquela noite, recebi os Parabéns de 21 anos (4 anos depois) atrasados, não menos considerado. Comi uma picanha dupla dividida a dois (mulheres comem pouco, com exceção). Não partilhei da cerveja, mas as acompanhei com uma COCA gelada, minha bebida (não só minha) preferida. (João, olha o cabelo de Vicente) Abraão ou Moisés (oh dúvida) dividiu o mar vermelho no cabelo de um amigo. E o culpado da história? “Prefere perder um amigo ou um irmão?” – Sem dúvidas eu diria... O Quê?
Pela primeira, ou segunda, uma carona. Devagar, sempre devagar, moto – indiscutivelmente – não é das nossas melhores lembranças. Mudemos de assunto agora, por favor.
Uma pergunta que eu não tive resposta certa, apenas outra pergunta para responder a primeira: “Vamos nos ver ainda nesse final de semana né?” – “Você quer?” (Perguntar ofende, incontestavelmente). Mais do que ninguém, eu queria. A resposta era: “Claro, óbvio, com certeza, sem dúvida”, e titubeei, quase perdi a oportunidade, mas, não perdi.
Enfim, entre perguntas e respostas “sem noção” - Quase a metade de um almoço. Antes de qualquer um, ouso tocar em algo, mas meu irmão toca em tudo antes de qualquer um (a piada ele entenderá, ou consumirá no seu prato posto a mesa). Sem formalidades, sem copos de cristais, sem nada especial, mas com um macarrão preparado para quem consome com prazer: É DE FAMÍLIA. Não é Luana (cunhada)?
Abro esse espaço para falar de alegria. Sem hora certa, por que para isso não existe lugar ou tempo definido. Eu precisava dizer que Amo, que me faz bem e que a vontade é que tudo aconteça como queremos e demos espaço para acontecer. Um abraço, indefinido, pra ser sincero, o melhor, o mais forte e mais verdadeiro. Eu queria tudo isso antes, mas tudo é como na vontade de Deus e não nossa. A partir daquele momento, um novo amigo, um velho (mais novo) irmão. Se formos dividir a quantidade de idas e vindas sem expressões ou olhares, eu diria que aquele abraço, subtraiu tudo, de uma forma infinitamente menor que qualquer partícula que se possa encontrar.
João Paulo, melhor falar de você antes de dizer qualquer nome, melhor reconhecer seu espaço do que qualquer outra coisa, melhor se dá em sangue do qualquer outra parte. /Eu ouvi: “Eu sempre quis ter um irmão” /Eu concluo: Prazer, me chamo (como queria me chamar) e esperei por isso 25 anos de minha vida!
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