sábado, 27 de agosto de 2011

Era uma vez...

Um rapaz que conheceu uma linda moça.
Ela era simples, delicada, dedicada a si e ao que pretendia fazer para com os outros. Ele um rapaz de sonhos, esses, que muitas vezes o fizeram perder o foco do que realmente ele queria, mas ele, de qualquer forma e sem pensar nos obstáculos, sonhava.
Eles começaram a namorar depois de uma historia linda (como ela) de quase um “fora” que deu início a um amor sem igual. Sabe aqueles amores que você começa a achar que tudo é perfeito e que não precisa de nada mais? Porque só basta ele e ela e uma terceira pessoa, não cabe.
Era passeios aos domingos, beijos gelados com gosto de sorvete. Passeio de moto pelos mesmos lugares que pareciam diferentes cada vez que passavam. Até as folhas das árvores eram perceptíveis quando caiam devido às estações que as faziam cumprir seu papel natural.
Então, ele sonhou e se foi, não pra sempre, mas a distância medida pelo amor deles era comparada a duas voltas a terra, do ponto de partida ao de chegada. E ela ficou, mas mesmo longe sonhou junto, ajudou, deu força, e muitas vezes, acreditou nele mais do que ele mesmo em si.
Eles se dedicaram há anos de passeios, risos, lágrimas, tristezas divididas. Fizeram muitas viagens com um único objetivo, se encontrar. Eles tiveram muito tempo sozinhos e mesmo com a falta de tempo eles conseguiam driblar as saudades.
Eles dividiram uma vida. Eles se dividiram um para outro, mas...
Um dia ele se foi de novo, dessa vez, “pra sempre”. Ela continuou lá, mas ele não sabe se ela ainda ficou sonhando, ajudando, se dedicando ou acreditando em algo.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

No silêncio das palavras que não existem


Eu sinto muita falta de ouvir. Tantas vezes eu esperei qualquer palavra e ela não foi dita. Em cada barulho que ouço eu retiro um som, que não saem palavras, mas criam pensamentos.
As situações as quais me vejo exposto são momentos que alguém deveria ter me avisado que existem, ou até mesmo, me ouvido perguntar se eles um dia iriam acontecer comigo. Meus pais me ouvem e não falam; alguma coisa os faz ser daquela forma e eu não posso exigir nada, nem uma palavra eu tenho o direito de pedir.
Passo por muitos problemas, mas o maior deles é com o meu interior. Ele está quieto, cabisbaixo e só se sente alegre quando os outros sorriem, talvez, porque ele tenha parado de sentir qualquer vontade de estar feliz, ou apenas, de estar bem, seja de que forma for.
Eu parei de contar meus dias, eu agora os vou viver como se não existe outra coisa além deles. Como se não existisse sociedade, gente, laços. Vou viver meus dias como se nem eu mesmo existisse, afinal, se cobrar ou limitar-me é algo que faço diariamente, eu não poderei existir para viver sem limites.
Algumas vezes eu cheguei a sonhar e antes de realizar eu já tinha um motivo concreto para acabar com tudo que foi idealizado. Eu vivia com um medo que até hoje me consome: “de não ser o que eu quero e ser apenas o que eu posso ser”. Então, pra quê sonhar, pra quê juntar as moedas do “recreio” se o melhor é dividir o sanduíche com o amigo da fila. Pra quê economizar tempo e disposição, melhor não ter um ou outro, mas um tem que se fazer presente, sempre.
Temos que ter tempo quando se for perdê-lo com bobagens, conversas e amigos. Disposição só às terças-feiras, se ela aparecer um dia antes é porque o final de semana não foi bom. E se o final de semana não for o melhor, então esqueça qualquer outro dia para “vagabundear” e se sentir “bem” com você mesmo e com as palavras que ainda não continuarás ouvindo.
Preciso apenas de um porto seguro ou um dicionário que me dê o sentido real do que ouço ou até mesmo do que almejo ouvir. Preciso de algo que responda as minhas inquietações e que não me deixem ficar louco com o barulho no silêncio das palavras que não existem.


sábado, 30 de julho de 2011

Tem tantos sentimentos!

Eu não sei o que acontece com o ser humano que ele necessita “se duvidar” para acreditar na capacidade que tem para muitas razões. É, digo razões, porque emocionalmente o homem ainda é um fracasso, quando o assunto é escolher para ser feliz, principalmente, para ser feliz.
Acredito que hoje, eu viva num estado de êxtase mútuo, afinal, vivo feliz por nada, já que nada me faz feliz. As coisas acontecem na nossa vida para sabermos que somos incapazes de fazer as escolhas certas, quando elas se parecem, tão, certas... Às vezes, uma decisão se parece tão fácil, mas não é. Acreditem!
Ouvindo uma canção de Arnaldo Antunes, um cantor a quem nunca dei muita atenção, apenas uma pequena admiração pelas suas composições, eu parei e refleti: “Por que eu estou tão longe?” – Para quem não conhece a canção, clique aqui!
Eu sei que estou em um lugar que não pega celular e que os e-mails demoram a chegar. De tão virtual, eu sou quase irreal, e de tão real passei a ser menos reconhecido por mim mesmo. Minhas atitudes são rápidas, como uma fera que se sente ameaçada pelo olhar de um caçador, neste caso, eu sou a caça da vida que me procura em busca de respostas.
Estou num vôo particular, transcendental e sem destino, sem escala, para ao menos se pensar em voltar. Se hoje quisesse algo, seria um sentimento. Arnaldo (o Antunes) me pediu em uma canção “uma emoção pequena, qualquer coisa! Qualquer coisa que se sinta...” E eu parafraseando um trecho de sua canção, clamo: “Me deem qualquer coisa... Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva”.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Escrevendo...

Os dias estão frios e as noites gélidas me fazem procurar aquele velho cobertor que carrego desde a infância. Eu não sei mais o que fazer para aquecer estes momentos. Meu copo de leite quente já na faz mais o efeito acalentador que fazia há alguns dias, e o espaço que se faz na minha cama, não é mais aquele.
Na verdade, eu estou só! Naquela solidão dramática de quem não tem ninguém, isso eu não estou. Meu quarto ultimamente tem ficado tão grande, que vai além dos poucos centímetros cúbicos com a portinha de madeira que não fecha.
Há alguns meses venho tendo uma experiência e se isso é complicado. Principalmente pra mim que me pergunto: “Por que?”
As pessoas importantes hoje não se fazem mais ser, e as que foram um dia, nem lembro que existiram. Acredite vocês que, ultimamente, eu não tenho sabido me dizer o que eu sinto. Acho que estou numa frieza incalculável dos meus sentimentos, afinal, pra quê demonstrar carinho e receber migalhas, amar e se passar a não se entender... O melhor é apenas aceitar, e o fato da aceitação já faz com que você se sinta bem, perto de quem estiver ou almejar estar.
Estou tendo a oportunidade de envelhecer com sabedoria, dignidade e bom senso. Não criei um personagem para uma maior (melhor) idade. Uma amiga me disse ontem que, eu estou à versão daquilo que ela sempre sonhou que eu fosse. Então, eu me perguntei: “Quem sou eu” – Pergunta sem resposta, claro.
Entre tantas conversas sobre, tempo, distância, filhos, casamento e sexo (claro), eu me questionei a todo o momento: “Quem sou eu?” – E o pior que saí de lá com essa duvida cruel que mais uma vez me tira o sono e a linha de pensamento daquilo que eu planejei para essa noite.
Fazia um bom tempo que não escrevia no meu blog, na verdade, estava sem nenhuma inspiração. Andei perdendo algumas coisas que mais tarde retornarei a tê-las e por isso, nesse momento não me fazem falta alguma. Licença John Lennon: “Amo a liberdade, por isso deixo livre as coisas que amo. Se elas voltarem é porque as conquistei. Se não voltarem é porque nunca as possuí.”
Não estou aqui para tentar colocar alguma duvida ou criar qualquer discussão sobre sentimentos. O que eu vim fazer mesmo no meu blog, foi escrever algo que me inspirou algumas palavras. Afinal, ouvir de alguém que sente saudades do que escrevo, também é algo que possa responder a minha dúvida: “Quem sou eu”.

domingo, 27 de março de 2011

"Está chegando a hora..."


Foram poucos dias, e por mais que eu tente pensar que eles foram suficientes. Não foram! Mais de cinco anos de espera, para muitos abraços e conversas que estavam guardadas há tanto tempo, e abafadas pela distância, essa tal companheira diária que machuca e se faz de rogada.
Foram vinte e alguns dias (contáveis) juntos, que depois de amanhã terão outros incontáveis dias separados. Uma coisa que ele e eu temos certeza, eu acho: “É que nossos contatos pessoais são limitados, e mesmo assim, buscamos saber que o outro está lá, esperando.”
Ele, talvez seja o cara que eu não conheça. Talvez o cara que eu nunca, realmente, vá conhecer. Talvez o homem que nunca verei crescer. E de tantos talvez, o homem que nunca me fará repensar nos meus sentimentos por ele.
Ele possui a imaturidade de um cara de poucos anos, a incerteza de muitos da sua idade e uma certeza única do que realmente quer, para seus momentos. Suas prioridades são, incontestavelmente, suas. Uma de suas qualidades, sua singularidade. Um dos seus grandes defeitos, uma pluralidade sem divisões.
Nessa viagem “longa” que teve suas datas definidas pelas disponibilidades, eu estou voltando com algo “pela metade”. Das muitas coisas que vou levando, além das fotografias. Vou deixando algo “dividido” ou até mesmo “quebrado” pelas circunstâncias.
Não posso tentar mentir ou disfarças as saudades que irão me consumir por mais alguns longos anos. Não posso deixar de pensar hoje, que voltarei para o meu mundo e mais uma vez, o “nosso mundo” ficará tão distante, quase imperceptível pelas lágrimas. Mas, não posso negar que essa distância que nos une, é um fator importante para muitas das coisas que acontecem em nossas vidas.
Em uma conversa de bar, eu ouvi que: “Vocês não tem a oportunidade de viver aquilo que dois irmãos vivem e que por isso mesmo, nunca conseguirão viver. Afinal, não se conhecem o bastante para poderem dividir isso.” E sabe o que é pior de ouvir essas palavras? Elas, em sua maior parte, tinham razão.
Enquanto as palavras soavam duras, eu ouvia Cazuza gritando no meu ouvido: “O medo era motivo de choro, desculpa para um abraço ou um consolo”. (Trecho de Poema, canção de Cazuza que me acompanha sempre).
Neste momento de nossas vidas, eu estou vivendo um “Poema” enquanto ele vive um amor “Exagerado”. Tal, que o faz ser outra pessoa e buscar viver outras coisas, essas, que muitas vezes, limita-se a ele mesmo.
Seu futuro está tão incerto, como o meu esteve há alguns anos e entre as “poucas” conversas que tivemos nesses últimos dias, antes de partir, eu descobri que ele, como eu um dia, não sabe o que está acontecendo em sua vida.
Sempre acreditei que o tempo nos consegue fazer mudar ou até mesmo refletir pelos nossos atos. O que esse tempo “não” consegue nos fazer esquecer, ele nos ensina a “mentir” para nós mesmos, que superamos.
Estou voltando com uma bagagem enorme de coisas que se eu pudesse, a perderia no aeroporto. Deixaria tudo por uma única pessoa ou até mesmo por alguns poucos momentos de verdade. Um momento de nós dois, sem o mundo girar ao nosso redor, porque de tudo que poderia querer hoje, seria ver a vontade além da obrigação!
A vida é assim: “Simples de tal forma, difícil de vivê-la de qualquer jeito.” E o pior é tentar buscar a justa forma das coisas, quando elas não existem. (Quero aprender isso um dia)
A única solução para os meus dias é esperar e voltar para o lugar de onde nunca deveria ter saído, não por que há um limite, mas porque há lugares que você nunca deveria ter saído, isso é fato. Agora, voltarei para meu mundo, onde a entrega se faz além dos laços e a vontade de ter cada minuto da forma intensa, se faz presente em um dia-a-dia cansativo de uma luta diária para viver.
Quando as madrugadas se tornarem minha amiga ao lado do meu copo de leite-quente, eu estarei a pensar e esperar por mais alguns dias do teu lado, sem tempo e espaço, sem limitações e obrigações. Apenas, a gente. Tentando resgatar o tempo perdido, por essa distância que nos foi imposta.
Então,

“Quando você voltar. Eu estarei esperando sentado na calçada com aquele carrinho que não brincamos, com o punho fechado para nossa primeira briga, com as desculpas para darmos a nossa mãe e com aquele beijo que eu nunca canso de esperar para te dar.
Quando você voltar, não entra no quarto com a luz acesa e, por favor, não come meu café-da-manhã antes de me chamar para comer. Não use meus bonés e não risque meus CD’s por não serem do seu gosto musical.
Mas,quando você, realmente, voltar. Chama-me para tomar sorvete no Mcdonalds, cobra mais um lanche, pega as chaves do carro e não esquece de tocar ‘The Reason’ para cantarmos juntos.”




"E que minha loucura seja perdoada. Porque uma metade de mim é amor e a outra, também!"


Teu irmão!