O amor é um sentimento que nos faz estranho, nós não o temos e nunca o teremos controlado, na verdade, o amor que nos possui, reformula e põe-nos em contradições
EU a amo, TU amas quem quiseres, ELA me ama, a conjugação no singular do verbo amar nos faz inferir o egoísmo que possui. Se NÓS nos amamos, VÓS amais outra pessoa e todos ELES se amam reciprocamente, teríamos um complemento maior de um sentimento que até então, fora egoísta.
Quando eu digo que até então o amor é egoísta, é por que sinto que todas ás vezes que amamos e sofremos, ele insiste em sentir o que sente sem pensar no nosso sofrimento. Insiste querer que façamos poesias quando assunto não há, clama por beijos que já não fazem o mesmo sentido e a canção que não toca com a mesma melodia ainda é obrigada a tocar, mesmo sem ter quem a ouça.
Quando eu descobri o amor eu era o que até hoje não sei o que sou. Eu tentei ser o que nunca fui e tentei ser apenas mais um dos que vislumbram a perfeição a dois. Eu já amei duas vezes, e isso não é mentira. Nunca acredite que não se ama apenas uma vez e que alguém é insubstituível, eu aprendi que todos são apenas inesquecíveis, e só isso. Somos poucos e falhos para nos considerarmos insubstituíveis.
A primeira vez, eu amei levianamente, verdade, eu já amei sem saber que amava e só descobri isso quando não amava mais. A Segunda e a mais importante de todas é que eu não amei, conscientemente eu amo, embora não consiga refletir sobre o que escrevo, não saiba controlar meu corpo com os beijos e cante em público em voz alta a canção que ainda faz sentido. O amor tem a capacidade de nos tirar o poder sobre nós mesmo e nós temos a fragilidade suficiente para aceitar isso.
O amor não é perfeito, o amor não é eterno, o amor é mais um monte de não(s) do que mesmo uma confirmação de algo. Ele vai, volta, às vezes o temos sufocadamente e as vezes falta ar para ele continuar respirando. O amor é prático que de tanto é complicado o suficiente para necessitar de tempo para ser reutilizado, é a causa principal das loucuras, de tempestades de amassos no escurinho do cinema, de encontros escondidos e de pazinhas de sorvete divididas a dois. É a causa de sorrisos e lágrimas, de gritos e pedidos de perdão. O amor é o motivo de ler, de ouvir, de escrever para ti, entre linhas, o que eu sinto...
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