quinta-feira, 15 de abril de 2010

O material como valor de uma cultura decadente


Buscando entender a sociedade no século XXI e todas as transformações que ocorrem em nosso meio, é necessário entender que tudo aconteceu em processos lentos e cada conquista aquietou o pensamento humano quanto ao seu eu e sua função como ser pensante.

O homem conseguiu fazer máquinas (que seriam sua preocupação futuramente) já voou e de tal forma chegou a lua, as mulheres conseguiram seus “direitos” com o derramar de seu sangue, no nosso país, já tivemos direitos corrompidos por pensamentos ditatoriais (que ditava uma moda de atender o que não era necessariamente correto ser atendido).

A força dos primatas para a caça é questionada, segundo pesquisadores, o prato principal da cadeia alimentar eram nossos parentes mais próximos. Deus já existiu em Gênesis, mas já quase não se ouviu falar nele em Roma. O amor fez com que Adão amasse Eva, e Bush faz de conta que não existe essa palavra no seu vocabulário (Love = Poder).

A sociedade possui uma fórmula fácil de acreditar e desacreditar, de lembrar e esquecer mais rápido ainda, de dar e negar, de ver e não querer enxergar. Como disse Paulo aos I Conríntios 6: “Todas as coisas nos são lícitas, mas nem todas nos convém”, no momento que a igreja (Conríntios) esbaldava-se na perversidade. Contextualizando, a violência, a sexualidade explícita, o adultério, a falta de amor e de Deus, é “permitido”, mas é nosso papel subjugá-los e filtrá-los em nosso interior.

Os valores dados em meio às classes sociais são diversificados, pois um pensamento conjunto é formado e esse passa a ditar uma regra em uma divisão social imposta pelo próprio homem. A violência, não é um caso apenas financeiro, mas educacional, a ferocidade não se liga aos limites impostos por uma lei, mas passa a existir na deficiência educacional imposta pelos pais no lar. O crime, é apenas uma das mazelas que a falta de oportunidades restringidas a um cidadão, pode causar.

Com o padrão de vida muitas vezes imposto pelo círculo vicioso da economia mundial (ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres) a proliferação de seitas cresceu. A busca por resultados para o desemprego, falta de amor na família e tantas outras mazelas que assolam o homem, fizeram esses “clubes da salvação” buscarem formas de ajudar e reciprocamente serem ajudados.

Deus, já não ocupa o espaço exato de divino e dono de todas as coisas, até mesmo por que a culpa de tudo está muitas vezes pelo seu “esquecimento”, já que sendo pai, as barreiras impostas não devem ser sentidas pelos seus filhos, é o que achamos. Deus é apresentado como um ser que recrimina, censura, repreende, mas Deus é na verdade o que somos e o que fazemos por ele.

A sociedade cada vez mais ligada ao seu eu, como ser único e possuidor de todos os direitos ilimitados, tenta se estruturar em formas cada vez mais capitalistas. O consumo é um princípio de felicidade, regrada ao poder de possuir e usufruir o que nem sempre é necessário.

Do consumo nasce uma via de pensamento materialista, em pleno século XXI, muitas são as filosofias de vida existentes, muitos são os exemplos do século passado e cada vez mais somos “bombardeados” com imagens da nossa sociedade, que nos deixam confusos, pelo fato de serem meros paradoxos. Como exemplo: Um jovem de trinta anos com um belo iate em Búzios e ao senhor que deambula pelas ruas, procurando restos de comida já ressequida e em degradação, nos nossos caixotes do lixo. É que, por detrás das tão belas aparências, muito está escondido.

Quando olhamos para os meninos e meninas bem vestidos, a primeira palavra que nos vem à boca é Elitistas! Ricaços! Exibicionistas! Talvez não nos vistamos da mesma forma porque não o queremos, ou apenas porque não temos dinheiro para tal. Se somos monetariamente ricos, não podemos deixar de exibir os nossos relógios da Boss e a mala da Louis Vuitton! Se somos monetariamente pobres, tentamos encontrar roupas que se assemelhem às deles e fazer marcação cerrada aos saldos, para não nos sentirmos tão marginalizados.

Se somos espiritualmente ricos, somos ignorados, marginalizados e rotulados como “mauricinhos e patricinhas”, apenas por termos uma riqueza diferente dos outros e conseguirmos subir na sociedade por mérito próprio. Surge uma dúvida: O que devemos ser?

Aproximadamente cerca de 75%, dos jovens da nossa sociedade, são extremamente afetados pelo consumismo e pelo materialismo, de modo a que provocam acesas discussões para com os seus pais, por estes lhes negarem a compra de um determinado bem (declarado por vezes inútil) e que não só tem um preço bastante elevado, como fará com que o jovem em questão se torne ainda mais dependente deste problema que cada vez mais afeta a nossa sociedade.

Os meios de comunicação são fatores importantes para a proliferação desses pensamentos. A TV tem sua forma de apresentar e persuadir o seu telespectador para o consumo desenfreado de utilitários que facilitam de alguma forma nossa vida.

A televisão é o maior veículo de lazer e informação da nossa sociedade. Penetra na intimidade cotidiana de cada indivíduo de uma forma tão absoluta que, é capaz de influenciar e modificar seus hábitos, seu comportamento, sua linguagem de maneira indubitavelmente forte.

Esse veículo de lazer e informação tem como produto o programa, este, mais do que distrair objetiva "vender valores e atitudes" (Hoineff). O maior fator de preocupações na sociedade é a anulação de pensamentos e opiniões referente ao poder de escolha. A modernidade que exige a compra de produtos de alta tecnologia faz com que cada vez mais as pessoas interajam com esse meio de comunicação, que determina valores e influencia praticamente todas as atitudes da geração moderna.

Desse modo, o conceito humano para as ações que não estão nos padrões comportamentais, é uma incógnita, pois conceituar é mais do que definir, é representar de forma real uma dada opinião. O interesse da televisão é que o público aceite e perceba o que ela veicula e dessa forma se torne um ser clássico por um juízo modelado.

Valorizar é tentar não perder a essência daquilo que ainda está em suas funções possuí-lo. Desvalorizar é não dá estima aquilo que talvez pelo seu meio, não é necessário possuir.

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