quarta-feira, 7 de abril de 2010

A chuva passa... A caminha continua


A chuva deu uma trégua desde o final da tarde de ontem, e como todas às vezes, ela se foi deixando, saudade. E por falar em saudade, uma amiga me disse hoje no MSN, que meus assuntos se resumem a comida, trabalho e saudades. E o pior de tudo é que concordo com ela.


Mas, não é sobre saudades que eu vou delinear algumas linhas no meu “diário virtual”. Na verdade, vou falar de algumas lembranças que foram boas, que o tempo as fizeram se tornar inesquecíveis e supérfluas.

Falo das fotografias, lindas podem-se dizer, mas transbordam meu PC de algo que se foi e não é mais. As paisagens por si só, complementam os sentimentos de amizade, respeito ou amor, seja ele qual for, presente nas imagens. Os sorrisos ficaram distantes, as distâncias fizeram as longas conversas se resumirem a um OI nas calçadas do centro da cidade.

O cinema me trás tantas lembranças, a pipoca feita em casa, as ameaças de me constranger em público, o cara roncando no filme do Harry Potter enquanto eu não tirava os olhos das magias que me faziam desejar ter para brincar um pouco de “Poder”. Do meu aparelho de DVD com minha pipoca feita em casa e com poucos amigos, o cinema é algo que se passou relativo apenas pelo tamanho da sua tela. Mas, nunca direi: “eu não preciso de cinema”.

As lanchonetes da cidade me fazem lembrar as tardes e noites com companhias importantes. Piadas sem risadas, segredos, negócios e sentimento. Já ouvi das mais absurdas confissões: “Ai que vontade de comer, mas estou de regime” – isso quando a pessoa não precisava de nenhum regime, até aquelas que jogamos o corpo sobre a mesa e dizemos em alto e bom som: “mentiiiiiira” – onde esse “mentiiiiira” dá sempre gás pra conversa continuar.

E o Parque a Criança? Já acreditei em tantas conversas que aquelas árvores são testemunhas. Já abri meu coração e vejo que não ter me reservado um pouco mais, me faz ter um sentimento de arrependimento. Não por ter falado a alguém, mas, por ter falado. Acredito que silenciar uma dor é uma forma de não afastar as pessoas de você, o ser humano é sempre incapaz de lhe dar com o ser humano. Prefiro criar periquitos ou ter um cachorrinho que almeja rasgar minha roupa toda vez que passo perto de onde ele repousa.

Apesar de necessárias, minhas memórias perderam o valor. Não tenho saudades, apenas lembranças que me fazem rir de vez em quando, mesmo que seja em um ônibus lotado a caminho do trabalho ou numa poltrona da “Real Bus” a caminho da minha cidade. E o que me deixa mais intrigado com isso tudo?

Porque as coisas que outrora eram importantes se tornaram um “mal necessário”? Não que me façam me sentir so bad. Mas, vejo que se não existem mais, também não me fazem falta, apenas gosto de saber que existiram pra poder não errar a pose nas próximas as fotografias, não esquecer o sal na pipoca, procurar a mesa mais reservada e ainda não perder a vontade de querer ser criança só para correr nos patins sem culpa de alguém olhar e ignorar.

Mas, enfim, minha mente começou a julgar as coisas de forma que meu coração não possui a mesma força para julgá-las diferentes. Tudo passou de algo importante para algo apenas inesquecível e tão dispensáveis, que quando eu julgo achar que estou com saudades, eu repenso: “foi bom, mas não existe mais” e continuo a caminhada!

3 comentários:

@seuslim disse...

muitas vezes é fácil confundir saudades com meras lembranças. Escreve tão bem, amigs *-*
Abração!

Unknown disse...

podia ter sido escrito por mimm (se não fosse pela alta qualidade...) adoreiii

=*

Bruna Nunes disse...

lembranças, saudade, confundem-se nos retalhos das nossas vidas. ter-las é o que mais importa. isso é viver. ;)

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