No último sábado, meu propósito seria ouvir algo que mudasse aquele instante, ou minha vida. Por que não? Mas, a rotina do dia faz com ele não tenha rotina nenhuma, principalmente quando se fala em momentos.
Hoje, eu ouvi sim, coisas que não mudaram minha vida como saí de casa esperando. Eu ouvi das poucas grandes experiências, o duplo sentido das coisas, e aprendi que a medida exata da palavra não existe. Ela simplesmente sai, quando é sincera e sem culpa, esquece-se aquela culpa que a sociedade propõe para nos limitar, às vezes, de pensar alto, que intimida a verdade e nos molda a seres plastificados de uma sociedade plástica.
Dividindo alguns sanduíches, pizzas, açaís e tapiocas que não se pareciam tanto com o nome que se intitulavam ser, tive o prazer de conhecer pessoas que, talvez nem se façam fixa em minha vida, mas que não passaram despercebidas pra um dia serem lembradas numa conversa de experiências em outras mesas com outros sanduíches, pizzas, açaís e tapiocas que não se pareciam tanto com o nome que se intitulam ser.
Estávamos em cinco. Às vezes em quatro, quando um não se encaixava na conversa, e até vi momentos que ficaram três, porque os outros dois não conheciam o início, nem o rumo que aquele assunto iria chegar, muitas vezes, ouvir é melhor.
Entre tantos fatos, uma descoberta, não sou o único homem que não gosta de futebol. E pela primeira vez não tive vergonha de dizer isso, e não vou ter aqui, repito: “Não torço pra nenhum Fla, FLu, Galo, Raposa, Passarinho ou a Socremo da minha cidade.” – Não gosto de futebol e pouco me importa se Brasil ganhará ou não outra estrela no peito.
Mas, pensando bem, a Copa serve pra algumas coisas. É nesse momento de patriotismo exacerbado que a Maria esquece que seu filho não terá nada pra comer depois do gol a cinco minutos de terminar o segundo tempo, que dará a vitória ao Brasil e o levará para as semifinais. É quando o José nem se lembra que depois dos pênaltis que talvez leve nosso time “do coração” para as finais, ele vai continuar o Zé que pega suas três condições pra ganhar R$500 por mês + vale-transporte + vale-alimentação. Mas, quem sou eu pra julgar algo? Vou comprar minha camisa do Brasil e torcer, só assim eu esqueço que sou um jornalista em formação que pega todos os dias um ônibus lotado pro trabalho que o formará um profissional para o mercado.
E quanto às risadas das coisas politicamente corretas e das incorretas que se falam, se insinuam e evaporam no ar, algumas são destaques num momento de descontração que não existiria qualquer droga lícita ou ilícita que traria tamanho êxtase.
Deixo vocês com três episódios de uma série censurada, por alto nível de sem-noção.
Cena 1 - Cinco homens, nenhuma mulher, algumas alianças nos dedos e as seguintes pérolas...
“Quando ele disser que não vai doer, não confie viu, porque dói!” – Uma pequena insinuação para dizer à mesas que exercícios físicos feitos em excesso nos fazem ter dores musculares, depois de uma conversa sobre exercícios físicos. O público que faça suas interpretações.
“Você me leva pra casa?” – Um pedido de carona que deveria ter sido feito num tom mais baixo e mais íntimo, mas que deixou algumas dúvidas. Levar pra casa? Ou deixar a pessoa que pediu a carona na casa dele? Dúvidas, muitas dúvidas.
Contudo, se fôssemos finalizar a noite naquele momento, já teria escutado mais do que precisaria pra me fazer rir nos momentos de estresse ou de ócio, quando até o barulho do vento se torna algo, estupidamente engraçado.
Terminaríamos a noite com um passeio de carro, ao som de clássicos de décadas passadas, mas não poderia faltar algo, a última fala que, por não ter expectadores, se tornou um alívio para nossas mentes e nossas honras.
Cena 2 - Cinco homens, nenhuma mulher, entrando em um carro, enquanto o “senhor das pérolas” solta outra, em um tom médio quase abafado pelos vidros do carro...
“Eita foi bom mesmo viu? estou até com a bunda doendo” – Isso, para explicar que os exercícios que o cara que diz “que não vai doer” fez com ele na academia para ele manter a forma, fizeram suas musculatura doer o dia todo e pra ele, está servindo.
Rafael, nem te conheci direito, o tempo foi pouco, mas vale um post no meu blog. Obrigado pelas risadas.
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