segunda-feira, 22 de março de 2010

In(título)lável

Parecia tudo tão normal, o trabalho seguindo seu ritmo, a fome me consumindo por volta da meia-noite, saudades e eu alí. Das poucas madrugadas que dividi umas poucas e boas conversas, o foco dessa última fui eu e um ser tão presente em nossas vidas, mas que eu ainda não me senti nele.

Acompanhei a noite com minhas batatas, refrigerante e um novo tipo de sanduíche. A noite se fez por tantos questionamentos, dúvidas e incertezas, onde eu queria apenas chegar a uma conclusão da minha vida.

A superficialidade das coisas me cansou. O acreditar sem certeza do que acredito também é algo questionável. Já se foram tantas palavras de amor, tanta dedicação há alguns coisas e pessoas, se foram alguns desejos, se foram alguns anseios. Vieram as compreensões, a cogitação de algo melhor para minha vida e com muitas lágrimas eu peço perdão por ter errado tanto. Se é que foi um erro, ou está sendo agora.

Essa semana eu não compreendi muitas das coisas que aconteceram comigo. São tão boas e tão "indignas" da minha pessoa. Estou realizado pessoalmente, meu ciclo de amigos se resumiu aos poucos, bons e necessários, minha família me ama (nunca tive dúvidas disso), e mesmo estando distante da pessoa que amo, ela se faz presente no meu travesseiro, no colarinho das minhas camisas quando ela sujava de batom e nos sonhos. Ainda acho que são indignas, acreditem.

Eu mereço tudo isso? Deus sabe o que dá a quem dá realmente? Então, se creio de tal forma no Senhor, porque não consigo falar dele como deveria falar para agradecer tudo?

Eu amo e não tenho vergonha de falar isso. Amar é algo tão forte, que quando se ama, você esquece de viver você e vive o outro. E se eu amo Deus, por que não consigo deixar de viver o que vivo para viver ele?

Não, eu não estou distante dele. Isso eu sinto porque ele nunca me deixa passar por tudo que passo sozinho. Ele grita na minha mente, mas meus ouvidos cálidos das amarguras da vida ficam insensíveis aos verdadeiros chamados.

Eu olho para cada lado nesse momento que transcrevo essas linhas e nada mais que vejo são paredes brancas que não me dizem nada. Mas, conscientemente eu sei que a resposta de cada questionamento sentimental está dentro de cada um de nós, independente da razão, emoção ou a cor das paredes. Já passei por situações diversas de amigos que se vão, de amores que chegam e de companheiros que se aproximam pelo bem ou para tentar que eu faça apenas o bem como eles me fazem.

Hoje eu me questionei muito, enquanto comia minhas batatas, com refrigerante e um novo tipo de sanduíche e ouvi, ouvi palavras que nem sei se precisava ouvir por conhecer a maioria delas, mas ouvi. Eu nem sei se as 2h da madrugada o ser humano é capaz de pensar algo com sanidade, apesar de ter dito a uma amiga que nesses horários é onde mais se encontra em si, por estar só você e o silêncio da noite. O silêncio nos faz refletir quando este é proporcionado por nós mesmos, quando nos é obrigado a conviver com ele, passasse-se de amigo a algo que nos consome, talvez, um inimigo mortal da alma.

Ao lado do meu copo de água gelado em frente ao meu PC, eu reflito sobre minha alma, minha vida e principalmente pelo meu Deus. Talvez eu esteja cego de algo tão próximo e vejo apenas o que se está longe, porque queira algo grandioso, como eu sempre achei que as coisas devem ser, grandes. Não percebendo que as pequenas coisas são tão necessárias para nos tornarem grandes, como as grandes são muitas vezes as causadoras da nossa pequinês diante Dele.

Não sei se me encontro devaneando nas madrugadas quente da cidade que moro, mas, fico aqui calado, pensativo nos meus questionamentos e com o coração grande, com uma vontade de devorar mais batatas com refrigerante e outro tipo novo de sanduíche que me traga tantos questionamentos.

O que é tão valioso que eu não possa sacrificar? O quê? O quê?

Não preciso alimentar o corpo, na verdade, a comida que devorei pela fome física poderia esperar. Minha alma tem mais sede e fome... E só outro Ser poderá matar essa necessidade. Como? Não sei, juro que não sei!

A certeza que tenho é que, não sacrifico-me por menos que Ele, não pactuo com nada que não seja da vontade Dele, não calo se Ele pedir pra ouvir-me, não fugirei quando Ele se fizer presente e não ficarei parado esperando que algo aconteça apenas por Sua vontade. Afinal, Deus está do lado do nosso coração esperando por uma oportunidade de se alojar eternamente ali onde ele é bem-vindo.

Amigo Zaqueu, hoje me senti como você, mas ainda não encontrei a árvore que me deixará da altura exata que me faça ser percebido por mim mesmo. Deus, igual a você, já me contempla, talvez eu seja tão injusto que espere ele me dizer a invés de sentir. Mania nossa de só saber o que é o amor quando ele apenas chega aos nossos ouvidos.

Não falo de amor, não falo de saudades... Falo de mim, e todas essas linhas resumem um cara que não está perdendo a oportunidade certa de se encontrar com alguém que ele almeja muito, não apenas para o sentir, mas para dizer as pessoas que estão “cegas de sabedoria” o que elas estão fazendo de suas vidas. Não que eu seja um advogado de almas, mas pretendo ser apenas mais um do rebanho que crê no amor, no espírito, no perdão e enxergar diante de mim mesmo que meu coração tem o espaço exato do Ser que eu almejo habitar-se em mim.

terça-feira, 9 de março de 2010

O ser humano precisa definir tudo?


A “definição” segundo o Aurélio é a enunciação dos atributos e qualidades próprias a um ser. E eu o contrariando, diria que a definição é a busca insensata do ser humano de dar qualidade a algo que não se necessita ser qualificado.

Por que falo sobre isso?

Nem sei, as madrugadas são tão indefinidas devido meu fim de noite na redação de um telejornal, que eu me propus, do estresse, tirar proveito de alguns fatos, de algumas falas e de alguns modos comportamentais das pessoas.

Ninguém me parece tão bom, nem tão ruim. A rotina modifica o homem e a constante mudança cria situações. Por quê? Minhas conversas diminuíram, afirmo que os amigos também, mas isso não importa aqui (e em nenhum texto), a qualidade dos relacionamentos não estão inferiores, e a falta de algumas pessoas e coisas, essas sim, hoje me consomem. Daria a mim mesmo, o prazer de um BigMac duplo, batatas-fritas e refrigerante, me faz falta e isso sim, me consome diariamente. O prazer do paladar fica em segundo lugar na minha vida. O prazer sexual está em primeiro ainda.

Mas, se eu não queria definir qualquer coisa, porque esse assunto, ou essa “balela” toda pra não conseguir chegar onde quero chegar?

Bom! Em resumo deixo uma conversa limitada pela correria do meu tempo, deixo a seguir uma coisa sem definição que nem o Aurélio, porque nem mesmo o conheço, pra saber se ele já sentiu algo assim... Quem sou eu pra julgá-lo? Deixo com vocês uma parte da conversa particular do meu MSN, que merece um post aqui, para ser sempre lido por mim mesmo...

Araújo César diz:
KKKKK
TAS QUERENDO DORMIR RAPÁ.. TÃO CEDO/
VOU TRAZER VC PRA CÁ

João Paulo diz:
não exatamente dormir...etc,mais treis pontim
hj eu tow foda
so matando a saudade
pode se achar especial vc é a unica pessoa q consigo passar esse tempo todo no msn...etc mai treis pontin com N

Araújo César diz:
Oo
oO
eu li isso dos seus dedos?
Oo

João Paulo diz:
não salva

Araújo César diz:
caralho...
vindo de vc? o cara mais durão.. que eu conheço...
kkkkkkkkkk
eu vou colocar isso no meeu blooooog
lascouuuu-se

João Paulo diz:
lol

Araújo César diz:
eu vou escrever sobre isso hj
kkkkkkkkkkkkkkk
eeeeei...

João Paulo diz:
não sou durão so não tinha irmão

Araújo César diz:
caralho.. e eu...
tou fazendo de tudo pra ser o melhor deles
vc num sabe o quanto eu te amo bixo..
falo isso a karla direto
o prazer que tenho de tá perto de tu..
e mesmo naum te acompanhando nas cervejas...
eu tou.. lá.. feliz por ta contigo
hehehehe

João Paulo diz:
la vai se declarar

Araújo César diz:
naum.. vou em declarar naum
nem falei o que queria falar..
nem vou falar
mas.. entaum..
saindo das saudades que vc tah matando hihihihi

João Paulo diz:
^^

Araújo César diz:
mas, me diz uma coisa
vc vai entrar sempre no msn..
quando tiver com saudades? lala*

João Paulo diz:
nem sempre vc sabe

Araújo César diz:
TAH BOM...
QUANDO VI A JANELA PISCANDO.. EU DISSE.. MENTIRA NEEEH? JOÃO?
MAS.. ISSO NUM EH DECLARAÇÃO NAUM..
EH PORQUE EU GOSTO MESMO

João Paulo diz:
sniff
ta bom vamo parar com a melação
^^

Araújo César diz:
NÃO TOU SENDO MELOSO NAUM ¬¬

Pronto, talvez ele olhe e diga. Não é que ele postou mesmo?

quinta-feira, 4 de março de 2010

Melodicamente falando


É! “só falta abandonar a velha escola” que me define um ser tão complicado. Caetano um dia se questionou que “talvez seja o último romântico...” e eu afirmo caro amigo de noites sem sono: Você não é não!

Maria Rita que afirme em suas melodias que adianta os minutos em horas, pois perco o sentido do dia, e sem exagerar, das horas ao ouvir a delicada voz, de quem usa alma nas melodias. Na verdade Caetano, nunca pensei em amar, talvez o amor seja uma coisa tão frívola, que o remédio dele seja um “o teu beijo mais molhado” – algo simples, para quem não conseguiu definir o amor e se arrisca em dizer que: “Quando a gente ama, é (o amor) um clarão do luar”...

Ana Carolina insiste em querer algumas razões e emoções e “sentir o vento pela pele” algo tão simples se ela deixar a Cacanhotto interpretar algo tão doce de uma dupla de funkeiros. Acreditem, ela conseguiu ser “Buchecha sem Claudinho” ela conseguiu ser ela sem eles. Ela conseguiu... E isso basta!

Eu ousaria ser alguma coisa, se eu tivesse talvez uma ligação tão direta com o filho do alfaite de Pedro Mariano, o Tarzan, que tem sua “armadura de casimira pura”, tão elegante quanto a voz do interprete, que vive um amor insólito com uma “Mary wants to be a superwoman” ex do Stevie Wonder.

Por hoje, eu esqueceria que amar é algo tão complicado. Escreveria uma carta de amor, resumindo em um: “Case-se comigo antes que amanheça” que Vanessa da mata já escrevera antes e por motivos que desconheço não vingou. E acreditem: “Só não podem me tirar às coisas boas que eu já fiz pra quem eu amo”, e nesses dias de luta e glória vou seguindo ao som do Charlie Brow.

Eu espero, e sei que “vai ser sempre assim, a sua falta vai me incomodar” não é Luiza Possi? Mas, fazer o quê? “Meu coração sem direção voando só por voar” fica acuado numa solução de amor que ao som do melhor trio elétrico baiana de Ivetão, eu ainda seria um anjo, e descobriria minha pequena EVA, “que além de anjo, eu posso ser seu amor”.

Outros tipos de amor são constantes e eu não sei mais porque falo de amor, se ele nunca foi tão importante pra mim, melhor é a presença, é a cumplicidade e se isso for amor, obrigado Senhor, eu amo.

E se há uma tal liberdade nisso tudo, eu ainda continuo “na solidão pensando em você” e deixo Fábio Jr. arriscar algumas melodias. Afinal, eu queria ser mesmo, ser “o sabonete que te alisa embaixo do chuveiro” e te fazer uma prosposta de “nós nos amarmos, nos entregarmos” e deixar Roberto ser a melodia de uma noite.

Enquanto devaneio em pensamentos sem sentido e melódicos, eu preferiria “sin hablar” como Luiz Miguel, e dizer-te que “dancemos descalços com a música do rádio” que talvez toque, Laura Pausini, ou apenas faça você “touch my body” e “Kiss me”.

terça-feira, 2 de março de 2010

O circo


Na periferia de uma cidade periférica no mapa do Brasil. Está lá, sustentado por alguns cabos de aço que o tempo os mostrou serem fortes e suportar tantas gargalhadas. Juro, que em alguns momentos do espetáculo, que presenciei num final de semana, a estrutura gritava aos meus ouvidos: “arrebenta agora vai”, mas, a alegria foi tão contagiante que ainda continua lá, intacta por mais alguns dias, vendendo sorrisos.


Minha companhia foi das melhores, e o sorriso dos mais especiais, o dele estava lá. Um pequeno garoto que entendia as piadas de “Geléia” e “Xeirozinho” (nomes originais para palhaços), mais do que seu tio, com anos de experiência naqueles circos de bairros que o som não é lá tão “estéreo”.

Os olhos azuis se perderam no reflexo dos quatro refletores que se revezavam entre as cores primárias. A pipoca? Quem disse que cumpriu seu papel de satisfazer o paladar do espectador? Só os do seu pai e seu tio. Para ele, era mais uma companhia, tão frívola quando o algodão doce que sua tia Karla comia com tanto prazer. Eles sim, não sabem a essência do circo, mas, a ele cabe julgar.

O que me faz perde-se em pensamentos e gargalhadas, é o sentido de tantos adultos, contando, pai, mãe, tio, tias, e avó, reunir-se em seguir em “mutirão” para dar ele, o anfitrião da noite, o prazer de ver algo tão grande para sua cabecinha-inteligente. Tudo nele é um aprendizado, ele não deixa passar despercebido, sua mão nas conversas de adulto, sua educação à mesa e principalmente sua voz. “Depooooois, não é Pedrinho” – ninguém vai entender isso, mas tudo bem... Não se faz necessário.

No circo, ele não perdeu uma piada, e seria a atração da noite, garanto-lhes, se tivesse idade suficiente pra segurar-se nas pernas e brincar como os outros garotas que fizeram parte do show no picadeiro. Não seria equivoco seu, se dissesse que estou sendo um tio-babão com o primeiro sobrinho, que ele tem a oportunidade de dividir um dos melhores momentos da vida dele. Aqueles que ele nem imagina que são, mas que a vida muitas vezes o dirá: “volta a não saber o sentido da sua vida, procurar e querer entender é perca de tempo”. Afirmo: Estou babando mesmo.

Tão pequeno, indefeso e cheio de opiniões. O banho de piscina só deve acontecer quando você não quer. A festa de aniversario só existe até você (ele) encher a barriga. A buzina da moto toca quando se faz necessário chamar atenção, e não tirar algo do seu caminho. Aline Barros é a melhor cantora infantil (queria que Xuxa entendesse isso) e Patati Patata, tudo bem, consegue ter um fã nº 1 e não questionarei isso.

Nessa madrugada de quarta, eu cheguei correndo do trabalhado dizendo: “fala algo hoje de quem você tem saudades”. O tio Chúlio se fez aqui, agradecido a Deus por ter a oportunidade de ter alguém tão pequeno pra falar em inglês de vezes em quando, por ter companhia nas tardes de domingo e por conhecer um universo que eu não sei se estou preparado: o de ser pai! (tentar ser)

No circo que dividimos, ele se mostrou tão puro como a idade mostra ser, e se fez tão entendido do mundo, como eu nunca imaginei. Por trás de tantas piadas, contorcionismos e globos da morte. Eu diria que viver um circo, é sentir o cheiro de pipoca, beliscar o algodão-doce e viver cada sorriso de uma arquibancada cheia de pessoas que estão ali para esquecer que por fora daquela lona colorida estarão os mesmo problemas esquecidos por algumas horas.

Viver o circo é rir da pintura mal-feita daquele palhaço que faz tantas pessoas rirem, mas divide com eles mesmo, na maioria das vezes, a noite silenciada depois do espetáculo.

O circo acabou, mas ainda ouço um grito de euforia especial. Vou deitar e dormir com aquele sorriso na minha mente, para eu não esquecer que o sorriso é algo tão doce quanto a delicadeza dos lábios de quem os oferece.